(Mote)
Um lamento
soou na terra
Num dia de tormenta,
´´Não são
todos iguais`´ ele berra,
Ao ajeitar a
gravata.
(I)
Antes disso
era ver
O sururu na
justiça
Vistos Gold
são cobiça
Desconjurada
no ser.
As mãos na
massa meter
É coisa que não
admira
Gente fina
está na mira
Daquilo que
não lhe pertence.
Pensando que
assim convence
Um lamento
soou na terra…
(II)
Ao sentir
que nem tudo vira
O povo fica
dormente…
Como pode lá
defende
O Sócrates e
delira.
Será verdade
ou mentira
Atira em
contramão.
Mais merda no
safanão
Da justiça
ao informar,
Que o
engenheiro ia caçar
Num dia de
tormenta…
(III)
O circo está
montado
Quem está
contra ou a favor…
No país frio
clamor
E o Coelho
apalermado
Saiu da cova atolado
No que se
estava a passar.
Depois de
muito pensar
Afinou o vozeirão
E no meio da
multidão
´´Não são
todos iguais`´ ele berra…
(IV)
Nisso lhe
dou razão
Todos iguais,
não senhor.
Mas oh
senhor doutor
Vai no adro
a procissão,
Os desiguais
já morreram
Ou então
estão afastados,
Sentem-se
agoniados
Com este
país em trapos.
Deixe lá os artefactos
Ao ajeitar a
gravata…