quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O mesmo

O mesmo do mesmo
O mesmo de sempre
O mesmo desmente
Ou consente o mesmo

Meta fisicamente andamos
Mesmíssima mente falamos
Gritamos, reivindicamos
O mesmo
Do mesmo

Mas os asnos estão surdos
O mesmo torna-nos mudos
O mesmo
De um país em falência
Paupérrima dependência
Do mesmo.

O trabalho de erguer
De surpreender
Singular feição de
Irrigar e correr com os burros
Onde está no mesmo
Do mesmo
Prós mesmos de sempre.

O mesmo marasmo de números vincados
No mesmo de eras, no mesmo as feras
E o povo a mesma fome que consome
Corrói as andanças destrói as lembranças
O mesmo que medra na merda vincado.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reencarnação do consagrado.


O morto saiu à rua
Ai Jesus que confusão
Ó meu qual é a tua
Volta lá para o alçapão

Logo se levantaram vozes
Correram a dizer olá
Credo cruzes, estranhas nozes
Que caíram do cabaz

Afinal o que era
Depressa deixou de ser
Era maneira singela
Da poesia enaltecer

A ideia até foi boa
Muitos ficaram visíveis
Agora como a meloa
Tudo tem tempo credível

Desfeita a confusão
Com os mortos que são poetas
Suas obras aí estão
Cheias de rimas excertas

Os mestres de outros tempos
Muito tem que ensinar
Regalem-se com os filamentos
Dos poemas de encantar

Mas tomem atenção
Não comam gato por lebre
Consagrados é certidão
De respeito que se deve.

poetamaldito