Agora vou
plagiar
Os poetas que
sangraram
Poemas de
amor a rimar
E a todos
encantaram
`` Amor é
fogo que arde sem se ver
É ferida que
doi e não se sente``
Plagiei
Camões alegremente
Resta
esperar que venham ler
``Num banco
de jardim uma velhinha
Está tão só
com a sombrinha``
Que teria o
Ary a dizer
Sobre a
minha atitude fuinha
`` horas
profundas lentas e caladas
Feitas de
beijos rubros e ardentes``
Diz-me
Florbela musa engalanada
Que pensas
do meu ego incontinente
Poderia
ficar eternamente
Dando
exemplo do copianço
Lamento sinceramente
Que num país
de poetas
Outros
tantos sem vergonha
Lambuzem de
merda luzente
Os olhos da
gente que sonha
Aplaudindo
de olhar manso.