(Mote)
-Dá-me um raminho
de salsa.
Diz uma
comadre à outra.
-Dou; se não
for falsa,
a ceara que
tens na horta…
Será de
propósito, ou insana?
Mas ouve bem
o que te digo.
É alarido em
castigo,
propaganda na redoma!
Em frenesim origina
uma densidade fria!
Será; horto ou
vanglória?
Talvez nódoa
que persiste!
Sempre que a
voz insiste:
- Dá-me um
raminho de salsa.
Mas a salsa é
sempre verde!
E o verde é
cor da esperança.
Cúmplice da perseverança,
que a memoria não perde…
que a memoria não perde…
Lá porque a
ocasião concede:
O estender da
mão alheia…
A lua nem
sempre é cheia
quando surge
aos nossos pés.
-Há muito
mais que marés…
Diz uma
comadre à outra.
Há sempre quem se aproveita;
Com intuito enviesado!
Mas fica mal
se é tirado
ao suor que
sempre enjeita…
No tanto que
se enfeita;
ou nos louros
sem barbela…
Lamento por
quem implora;
em alarido de
vão de escada:
-Não me quer
dar uma ajuda?
- Dou; se
não for falsa…
Se não for oca
a sementeira.
Do que há
muito que assim é!
Dedico algum tempo ao banzé
em versos sem grande eira.
Podes crer;
não é poeira,
o esforço de
outra figura.
Muito menos
é fissura
naquele palco
distante…
Só porque tu
achas brilhante:
A ceara que
tens na horta…