segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uma gargalhada




Dispenso juras que ninguém ouve
Fonemas que o vento leva
O sentir de uma pena breve
Ou circo numa bamba arena

Chorar mesmo com vontade
Rir por bem parecer
Mesmo que não me agrade
Dispenso dizer por dizer

Uma dor de cabeça
Ou diarreia mental
Mesmo que assim mereça
Dispenso um arraial

Feito por tudo e por nada
Mas que grande Carnaval
Vamos lá uma gargalhada
Os versos são o meu mal

Quando no goto me cai
Uma vulgar palavra
Que fazer o verso descai
No papel em solta lavra…

                                        


domingo, 25 de agosto de 2013

Quadras a eito




Não te atrevas a fazer como o sargaço
Que cresce enleado em trigo loiro
Nem sempre se ocupa o nosso espaço
Lá diz a gente olha o agoiro.

Num sonho que é nosso nasce a maré
Mas nem sempre a vontade é pertinente
Nem tudo o que brilha oiro é
E a lida é quase sempre intransigente.

Lembranças de uma ideia já sem vida
Recorda ao andar em campo aberto
Por vezes trocar o certo pelo incerto
É saída que acelera a partida.

Assim como a escrita debandou
Pelas linhas que levaram ao suporte
Dos versos que o instante delatou
Recordando que o rimar pode ser sorte

Num vago devaneio de loucura
O mote se perdeu a olhos vistos
Que importa se dissipou a formosura

Conselhos nada são que abanicos

Que se dão de mão beijada sem reparo
Quer se peçam ou não é sempre igual
Somos para os outros um amparo
Para nós um fosso abismal

O melhor é ir embora por agora
Com sargaços enleei em franca fresta
Está sabido que aos olhos não aflora
Nos trigais a flor branca da giesta.

Quezília



Dos estilhaços que sobejam da quezília
Fica o incómodo muito mais que a frustração
Juro que me sinto peça de mobília
Carcomida e bichada pela embirração

Mas que vida sem ser vida, ou é curta ou comprida
Logo atrás ou mais adiante como é larga a avenida
Lá fora caia a chuva, mentira só faz sol
Palavras sem sentido a escorregar no rol

Digo eu e dizes tu, calados é que não
Assim passam os minutos tudo ao encontrão
No final o cansaço mas que grande ladainha
Por fim um forte abraço não se estica mais a linha.


Confusão



Quem sabe camaleão ou pantera na savana
Por vezes a confusão, como a mente é insana
Ajustada ao redor, em redor há alvoroço
Saia justa, um quinhão mal medido, olha o baloiço

Do que falo já não sei, tudo digo por dizer
Em Espanha sê espanhol, o que é que hei-de fazer
Intrincada no momento, que instante tão banal
Se eu olhar de lado, estarei a fazer mal?

Passam dias e semanas sem que o vento se dê conta
Vou mudando de cor e sacudindo a manta
Que o tempo passe de pressa, que os dias corram ligeiros
Mas que raio de terra esta, sendo minha sou estrangeiro…

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A universidade



Ó Relvas, ó Relvas o adeus à vista
És malabarista de saber e vaidade
E trazes no ventre a tua vontade
A tua vontade.

Tu nascestes prá política
Num dia de vendaval
Embrulharam-te na arrogância
De um riso artificial
De um riso artificial

Assim que soubeste andar
Para a escola te encaminhas
Mas farto de marrar viras esperto fuinhas
Viras esperto fuinhas

Daí até ao governo 3 anos de trabalho árduo
Nas cavalitas o coelho e ao lado o calhamaço
De um canudo em dois tempos
Que tanto te tem valido
Que tanto nos tem Fun….di---do

 Ó Relvas ó Relvas e a dor de barriga
No meio da azia, ainda há quem diga
Coitadinho, esqueceram o Sócrates.
Esqueceram o Sócrates…

Ó Relvas ó Relvas
Forrobodó á vista
És malabarista
Política e fraude 
E deixas na toca tanta saudade.