domingo, 23 de fevereiro de 2014

Na casa do trinta e um

Na casa do trinta e um anda tudo alterado
Emigra ou não emigra, tem valor ou é falsete
Anda tudo revirado, tudo anda ao encontrão
Tudo nega ao olhar que esta vida é um ginete
Hoje estás tu no barco, logo mais estarei eu
Na casa do trinta e um, mas que grande confusão.

Enquanto os  burros zurram…
A caravana adiante trouxe o Relvas à arena

E agora quero ver onde o circo vai parar
Um dia ao acordarmos vai o Tejo a emigrar
Os olhares envinagrados pela inveja ou maledicência
Deviam estar alinhados em combater ignorância
Só assim teremos força  p`ra enxotar esta corja
Que nos colocou de tanga, porque emigra ou não emigra
Devia ser por vontade, não p`la força da pobreza
Para que os nossos governantes nos tirem a tripa do cu
De nós façam chouriços na casa do trinta um.

A caravana se perde em tamanho alvoroço
Os (Relvas) estão de olho. Nas calças o bolso cheio.
É salgado ou mais insosso, é doce ou amargo
Na casa dos trinta e um por dá cá aquela palha
Afunda-se a memória em masmorra com fornalha.





domingo, 2 de fevereiro de 2014

Beijinho



Dá-me um beijinho
 Beijinho repenicado
Dá-me um beijinho
Ou caso está mal parado

Ora já se está a ver
Chegou-me o pelo à venta
Beijar por bem parecer
É coisa que não se aguenta

Mas, nos entretantos
Dá-me um beijinho garina
Ai jesus os solavancos
Subiram por mim acima


Nem queiram saber
Os azeites entupiram
Do dizer ao fazer
Os mosquitos zumbiram

Dá-me um beijinho pariga
Então não querem lá ver
Ai que vai haver briga
Não há nada a fazer

E ainda… dá um beijinho mulher
Agora é que foi, ouve lá ó couve roxa
Por acaso está a parecer
Que tenho cara trouxa

O meu verso nasceu assim
Ao lembrar nem sei o quê
Anoiteceu e dou por mim
A questionar o porquê

De beijar ao deus dará 
Ora aqui ora acolá
Que vida é que isso trás
Se sabe diga-me lá.