quarta-feira, 2 de maio de 2012

O pingo que mais dá...


Ontem foi dia Um
Um dia p`RA relembrar
Eram mais de mil e um
No pingo a amealhar

Um ver se te avias foi
Nem os grelos escaparam
Até os rabo de boi
No pingo se esgotaram

Para não falar das cenouras
Das couves e nos rabanetes
As azeitonas mouras
Foram-se nos ginetes

A massa, arroz e feijão
O Omo e a água rás
Tudo ao trambolhão
Dentro imenso do cabaz

As latitas de atum
As sal(chi)chas alemãs
Foi um trinta e um
Esgotaram-se as romãs

As bananas não escaparam
Onda no pingo houve
As trutas até saltaram
Esbarraram numa couve

Os pobres dos pimentões
Com as alfaces por cima
Pelo meio os melões
E um frasco de benzina

Uns bifinhos da alcatra
E umas perninhas de frango
No fim houve zaragata
Esgotou-se o morango

Leite magro e o gordo
A margarina e a planta
A mioleira de porco
E uma pizza p`rá janta

O pior foi p`ra pagar
Porque a menina da caixa
Tantas horas sem parar
Às tantas gritou`` meto baixa´´

O gerente em alvoroço
Levou as mãos á cabeça
Parecia um piolhoso
Disse `` rapariga isso é moleza´´

Horas e horas a fio
Em casa está por fim
O portuga de bolso vazio
Dando graças ao festim

Assim vamos por cá
Na terra do trinta e um
O pingo o que mais dá
No resto do mês, jejum.


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